Alma de montanha
A cada dia descubro um pedacinho mineiro de “sossegadice” dentro de mim. Embora seja paulistana de nascença e vivência, a minha alma tem o formato de uma grande montanha. Pois é. E como uma boa filha de dois pães de queijos, sinto-me estressada com toda esquizofrenia dos acontecimentos, que a mídia só faz aumentar. Haja paciência em estoque para enfrentar os congestionamentos fora de época. Haja estômago que não guenta mais a invasão dos ácidos ao ouvir tantas notícias bombásticas. Haja coração grande para não ser assassinado pela angústia e pela tristeza diante de tanta tragédia.
Eu quero mais é desligar, apagar a luz e ficar ao som de Enya. Quero ver o pôr-do-sol todas as tardes e, à noitinha, ficar caçando o cometa novo que brilha no céu açucarado das estrelas. Quero a paz do horizonte e a certeza da chuva que cai vai trazer novas folhas, novas flores e formar aquele lagão grande, fruto da “enchente das goiabas”. Quero ficar de bobeira, sonhando, brincando e inventando histórias, balançando nas minhas redes de algodão.
Mas no planeta “Mô”, as coisas estão acontecendo, correndo e bebendo. Os dedos teclam freneticamente, os pés já não mais repousam. Tudo é aceso, ligado e alerta. Os sonos são castigos e nada consola a alma inquieta. O sonho tá de escanteio e diante de mim a vida se mostra uma coisa real, acelerada, palpável e às vezes não sei lidar com tanta realidade. Até sei, mas me assusto e fico pensando, pensando, pensando e enlouquecendo a cada dia.
Se a gente pudesse apertar a tecla “pause” por um instante e dormir um bocadinho...
Eu não quero ser somente uma garotinha sonhadora, vivendo num solo de borboletas, sob um céu azul, ao lado de uma árvore majestosa, como nos desenhos que eu pintava na escola. Quero costurar tudo isso, por sal, açúcar e um pouco de pimenta na massa do bolo da minha história. Quero pisar nas uvas, assim como tivesse fazendo um vinho bem bão. E não esperar as rugas aparecerem para eu desfrutá-lo. Quero beber agora, ser feliz agora, ter filhos cacheados e andar de carro vermelhinho pelas ruas.
Por isso, mesmo estando aqui na desvairada paulicéia, quero poder dedilhar a viola e pousar na roça dos tranqüilos de amor. Quero driblar esta partida que não acaba da “competição” e fundar uma profissão que ainda não exista e continuar inventando, e inspirando, e emocionando. Quero abrir a porteira do carinho sem hora marcada e decretar os abraços e os beijos sinceros primordiais para o cotidiano. Quero olhar a chuva sem compromisso e ver que ser legal vale a pena.
E se alguém souber da chegada de um desavisado na estrada sem-nome, aventuroso e com uma prosa que vai me inspirar mais ainda... Quer dizer que a felicidade vai se formar como uma lua cheia, as bochechas vão desabrochar como nunca e meu ventre vai dançar e dar frutos doces-de-leite. Drummond e Milton vão se casar e a travessia tende a continuar... E haja história para contar!!!
PS - Dois textos que provocaram o nascimento deste post. Clóvis Rossi num brilhante desabafo sobre o desvairio das metrópoles. E um texto bem desconcertante de uma psicóloga, enviada pela minha amiga Flá.
Outro PS - Somos vizinhas, hein, Natália?! Então você já tem uma pequena com você? Que delícia!!!
Eu quero mais é desligar, apagar a luz e ficar ao som de Enya. Quero ver o pôr-do-sol todas as tardes e, à noitinha, ficar caçando o cometa novo que brilha no céu açucarado das estrelas. Quero a paz do horizonte e a certeza da chuva que cai vai trazer novas folhas, novas flores e formar aquele lagão grande, fruto da “enchente das goiabas”. Quero ficar de bobeira, sonhando, brincando e inventando histórias, balançando nas minhas redes de algodão.
Mas no planeta “Mô”, as coisas estão acontecendo, correndo e bebendo. Os dedos teclam freneticamente, os pés já não mais repousam. Tudo é aceso, ligado e alerta. Os sonos são castigos e nada consola a alma inquieta. O sonho tá de escanteio e diante de mim a vida se mostra uma coisa real, acelerada, palpável e às vezes não sei lidar com tanta realidade. Até sei, mas me assusto e fico pensando, pensando, pensando e enlouquecendo a cada dia.
Se a gente pudesse apertar a tecla “pause” por um instante e dormir um bocadinho...
Eu não quero ser somente uma garotinha sonhadora, vivendo num solo de borboletas, sob um céu azul, ao lado de uma árvore majestosa, como nos desenhos que eu pintava na escola. Quero costurar tudo isso, por sal, açúcar e um pouco de pimenta na massa do bolo da minha história. Quero pisar nas uvas, assim como tivesse fazendo um vinho bem bão. E não esperar as rugas aparecerem para eu desfrutá-lo. Quero beber agora, ser feliz agora, ter filhos cacheados e andar de carro vermelhinho pelas ruas.
Por isso, mesmo estando aqui na desvairada paulicéia, quero poder dedilhar a viola e pousar na roça dos tranqüilos de amor. Quero driblar esta partida que não acaba da “competição” e fundar uma profissão que ainda não exista e continuar inventando, e inspirando, e emocionando. Quero abrir a porteira do carinho sem hora marcada e decretar os abraços e os beijos sinceros primordiais para o cotidiano. Quero olhar a chuva sem compromisso e ver que ser legal vale a pena.
E se alguém souber da chegada de um desavisado na estrada sem-nome, aventuroso e com uma prosa que vai me inspirar mais ainda... Quer dizer que a felicidade vai se formar como uma lua cheia, as bochechas vão desabrochar como nunca e meu ventre vai dançar e dar frutos doces-de-leite. Drummond e Milton vão se casar e a travessia tende a continuar... E haja história para contar!!!
PS - Dois textos que provocaram o nascimento deste post. Clóvis Rossi num brilhante desabafo sobre o desvairio das metrópoles. E um texto bem desconcertante de uma psicóloga, enviada pela minha amiga Flá.
Outro PS - Somos vizinhas, hein, Natália?! Então você já tem uma pequena com você? Que delícia!!!
2 Comments:
Ai, amiga, que bonito... no meio desse começo de ano tão maluco, dá vontade de abrir a janela e tomar uma lufada de ar fresco... :) esse seu texto é pra ser lido ao som de uma canção linda que ouvi hoje, e que um dia te passo. Uma música assim descompromissada, que traz flores para nossa alma e nossos pensamentos, como essas tuas idéias.
Beijos!
Juju
Eu não quero ser somente uma garotinha sonhadora, vivendo num solo de borboletas, sob um céu azul, ao lado de uma árvore majestosa, como nos desenhos que eu pintava na escola. Quero costurar tudo isso, por sal, açúcar e um pouco de pimenta na massa do bolo da minha história. Quero pisar nas uvas, assim como tivesse fazendo um vinho bem bão. E não esperar as rugas aparecerem para eu desfrutá-lo. Quero beber agora, ser feliz agora, ter filhos cacheados e andar de carro vermelhinho pelas ruas.
Este trecho, especialmente, falou diretamente comigo. Excelente. Parabéns. Os links, também.
E quem diria! Achei um blog muito bacana, assim sem querer, e nem podia imaginar que a autora seria minha vizinha!hahahahaha.
Esther é uma pequena adorável. Apesar de não ser minha filha (infelizmente, né?rs), amo-a profundamente!
Aqui está uma foto dela, se quiser conhecê-la: http://www.flickr.com/photos/gardenias/323176241/
Beijos.
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