Praticidade
Hoje tem uma amiga minha que está fazendo aniversário. Pra mim, ela é a representante da praticidade. Ela e meu irmão do meio, o Breno. Os dois vivem de uma forma que eu invejo. Sabe como é?
Eles gostam muito de uma coisa. Envolvem-se até o último fio de cabelo, vestem a camisa, apaixonam-se total, investem, respiram aquilo e tornam-se verdadeiros especialistas do assunto. Porém, numa bela manhã, descobrem que o momento passou, que todo o objeto de veneração já não interessa mais. Daí vem a lição: eles simplesmente não têm crises. Resolvem tudo numa boa: jogam tudo fora, desfazem, rasgam e depois estão como folhas brancas novas e limpas, prontos para escrever outras e outras histórias de querência. E pensam tudo rápido, já colocando os novos planos em prática: tiram a aliança, mudam de casa, de bairro e até de país. Cortam o cabelo, compram roupas novas e redecoram o quarto. Descobrem novos estilos musicais e não estão nem aí para fotos e diários antigos. O caminho é sempre pra frente, porque, pra eles, o importante é o aqui e agora.
O que foi, já era, tá longe.
Manuela Ferreira X Vinícius de Morais
Se minhas caraminholas pensassem desta forma prática, sem tempo para dedicar-se ao muro das lamentações, acho que seria mais Vinícius de Moraes, assim como a Camila e o Breno. Mas eu sou uma “Manuela”, oras, marcada pelos “revivals”, pela página antiga e cheiro de guardado. Meu cabelo, meu quarto, minhas manias e gostos demonstram meu apego ao passado, às histórias, à tradição de lembrar e pouco esquecer.
E fico me perguntando, como nossa personalidade é formada? Será que minha mãe deveria ter me proibido de jogar buraco quando era criança? Que não devia ter cortado meu cabelo joãozinho quando tinha apenas sete anos, causador do meu trauma “cortar cabelo never more”?
PS – Manuela Ferreira é personagem de dois romances da autora Letícia Wierzchowski. Entre outras coisas, ela passa a vida toda esperando pelo seu eterno amado Giuseppe Garibaldi.
Eles gostam muito de uma coisa. Envolvem-se até o último fio de cabelo, vestem a camisa, apaixonam-se total, investem, respiram aquilo e tornam-se verdadeiros especialistas do assunto. Porém, numa bela manhã, descobrem que o momento passou, que todo o objeto de veneração já não interessa mais. Daí vem a lição: eles simplesmente não têm crises. Resolvem tudo numa boa: jogam tudo fora, desfazem, rasgam e depois estão como folhas brancas novas e limpas, prontos para escrever outras e outras histórias de querência. E pensam tudo rápido, já colocando os novos planos em prática: tiram a aliança, mudam de casa, de bairro e até de país. Cortam o cabelo, compram roupas novas e redecoram o quarto. Descobrem novos estilos musicais e não estão nem aí para fotos e diários antigos. O caminho é sempre pra frente, porque, pra eles, o importante é o aqui e agora.
O que foi, já era, tá longe.
Manuela Ferreira X Vinícius de Morais
Se minhas caraminholas pensassem desta forma prática, sem tempo para dedicar-se ao muro das lamentações, acho que seria mais Vinícius de Moraes, assim como a Camila e o Breno. Mas eu sou uma “Manuela”, oras, marcada pelos “revivals”, pela página antiga e cheiro de guardado. Meu cabelo, meu quarto, minhas manias e gostos demonstram meu apego ao passado, às histórias, à tradição de lembrar e pouco esquecer.
E fico me perguntando, como nossa personalidade é formada? Será que minha mãe deveria ter me proibido de jogar buraco quando era criança? Que não devia ter cortado meu cabelo joãozinho quando tinha apenas sete anos, causador do meu trauma “cortar cabelo never more”?
PS – Manuela Ferreira é personagem de dois romances da autora Letícia Wierzchowski. Entre outras coisas, ela passa a vida toda esperando pelo seu eterno amado Giuseppe Garibaldi.
2 Comments:
Ah, como gostaria de ser assim, bem prática. Mas como você, também estou mais para Manuela Ferreira.
Tenho um irmão que é bem prático: Apega-se muito as coisas, mas também desapega com muita facilidade.
Resta-me inveja-los, também. :)
Beijos.
Minha amiga, tu não sabes o quanto invejo gente assim...
Se isso te consola: eu tb tenho trauma de cortar o cabelo exatamente pelo mesmo motivo que você, com um agravante: eu era a cara do meu irmão e todo mundo me confundia com o "irmãO gêmeo" dele por causa do corte Joãzinho.
Rende um post...hehe
Beijoca!!!
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