Três perdidas numa noite suja
Sexta-feira, noite enluarada, e ela resolveu sair com as amigas. Lugar diferente, alternativo e com um som legal, lá foram as três mosqueteiras assistir a uma banda pernambucana. Para chegar no tal “esconderijo” paulistano, demoraram mais de uma hora. Ficaram perdidas nas ruas antigas da Barra Funda. Mas isso não foi motivo de stress... Rolaram risadas e papos que não acabavam mais. O carro virou uma mesa de bar sem bebidas.
Chegando ao tão almejado destino, que tem nome de cidade forte, conheceram a primeira figura da noite: Pedrão, o flanela mais boa-praça da cidade. Ele exigiu que o pagamento fosse feito só ao final da festa, pois a cachaça estava marcada para as seis da matina. E não antes.
O lugar é aconchegante demais! Uns sofás confortáveis e uma galera interessante. O som era ruim (a qualidade), mas o repertório e a banda faziam as “minas de Sampa” se esquecerem dos problemas. E foi neste cenário e nessas circunstâncias, que ela conheceu o “mano”. Ele chegou chegando, pedindo pra dançar com ela, mesmo ela não sabendo dançar nada. Nem ele. E ele descolou uma frase célebre que a conquistou em segundos: “a gente aprende juntos”. Daí ao primeiro beijo, foi um pulo, um susto, uma entrega boa: lábios colados, corpos quentes e o bailado em sintonia na garagem pequena. Ele virava o boné com um charme de arrancar suspiros e a tocava de uma maneira de moço romântico de histórias de amor. Apesar da brutalidade da noite e das circunstâncias dos esbarrões rápidos e fugazes das baladas modernas, o “mano” contradizia todos os estereótipos com suas atitudes.
Umas três dúzias de beijos longos e ela resolveu ir atrás das amigas. Decidiram, por fim, ir embora. Já era hora, a bebida já fazia efeito e as pernas já pediam descanso.
Ela e o “mano”, então, sentaram no sofá vermelhinho e trocaram e-mails. Nada de telefone. Tem “MSN, orkut”? Ele perguntava pra ela, todo interessado. Paquera do século XXI: reconfiguração da comunicação. Ela sacou da sua grande bolsa uma agenda azul e ele anotou o e-mail dele, todo caprichoso, embora o efeito do álcool não deixasse que ficasse tão bonito quanto ele gostaria. E ele dizia várias vezes pra ela: “quando você for colar lá no bixiga, avisa aê, que eu vou com meus camaradas”.
“Colar”? Hum... ela pensava... O que haveria de ser “colar”? O mano tinha palavras próprias, que ganhavam vida nas frases e se faziam entender por meio do contexto. Mas ela ficou vidrada no novo vocabulário que ele lançava no meio de suas expressões espontâneas e sem medo de causar. Ele era um mano, que estava a pé, estudante ainda, mais novo, mais ousado, um lindo, um doce. Doce até no nome.
As suas amigas já a esperavam na porta, quando ela foi buscar seu “mano” na pista de dança para descolar um último beijo. Afinal, era bem capaz que aquele encontro nunca mais acontecesse. Em São Paulo, as coisas se perdem, se esquecem, a fila anda muito rápido. E então eles se beijaram deliciosamente ao som de uma canção que ela adora. Os dois dançaram ainda uns três minutos de rosto colado. E ele ainda cochichava no ouvido dela com uma doçura que a fazia ter vontade de ficar ali por mais tempo.
Quando a música acabou, ele resolveu levá-la até a porta de saída, coisa de cavalheiro. Mas peraí... Cavalheiro em boate? Em 2007? Um “mano” gentil??? Pois foi isso mesmo que aconteceu. Ele a levou até a porta e ainda deu um beijo apertado de despedida. E ela derreteu-se toda por aquele achado.
E as três perdidas numa noite suja foram embora aceleradas e aquecidas e econtrando os caminhos...
Chegando ao tão almejado destino, que tem nome de cidade forte, conheceram a primeira figura da noite: Pedrão, o flanela mais boa-praça da cidade. Ele exigiu que o pagamento fosse feito só ao final da festa, pois a cachaça estava marcada para as seis da matina. E não antes.
O lugar é aconchegante demais! Uns sofás confortáveis e uma galera interessante. O som era ruim (a qualidade), mas o repertório e a banda faziam as “minas de Sampa” se esquecerem dos problemas. E foi neste cenário e nessas circunstâncias, que ela conheceu o “mano”. Ele chegou chegando, pedindo pra dançar com ela, mesmo ela não sabendo dançar nada. Nem ele. E ele descolou uma frase célebre que a conquistou em segundos: “a gente aprende juntos”. Daí ao primeiro beijo, foi um pulo, um susto, uma entrega boa: lábios colados, corpos quentes e o bailado em sintonia na garagem pequena. Ele virava o boné com um charme de arrancar suspiros e a tocava de uma maneira de moço romântico de histórias de amor. Apesar da brutalidade da noite e das circunstâncias dos esbarrões rápidos e fugazes das baladas modernas, o “mano” contradizia todos os estereótipos com suas atitudes.
Umas três dúzias de beijos longos e ela resolveu ir atrás das amigas. Decidiram, por fim, ir embora. Já era hora, a bebida já fazia efeito e as pernas já pediam descanso.
Ela e o “mano”, então, sentaram no sofá vermelhinho e trocaram e-mails. Nada de telefone. Tem “MSN, orkut”? Ele perguntava pra ela, todo interessado. Paquera do século XXI: reconfiguração da comunicação. Ela sacou da sua grande bolsa uma agenda azul e ele anotou o e-mail dele, todo caprichoso, embora o efeito do álcool não deixasse que ficasse tão bonito quanto ele gostaria. E ele dizia várias vezes pra ela: “quando você for colar lá no bixiga, avisa aê, que eu vou com meus camaradas”.
“Colar”? Hum... ela pensava... O que haveria de ser “colar”? O mano tinha palavras próprias, que ganhavam vida nas frases e se faziam entender por meio do contexto. Mas ela ficou vidrada no novo vocabulário que ele lançava no meio de suas expressões espontâneas e sem medo de causar. Ele era um mano, que estava a pé, estudante ainda, mais novo, mais ousado, um lindo, um doce. Doce até no nome.
As suas amigas já a esperavam na porta, quando ela foi buscar seu “mano” na pista de dança para descolar um último beijo. Afinal, era bem capaz que aquele encontro nunca mais acontecesse. Em São Paulo, as coisas se perdem, se esquecem, a fila anda muito rápido. E então eles se beijaram deliciosamente ao som de uma canção que ela adora. Os dois dançaram ainda uns três minutos de rosto colado. E ele ainda cochichava no ouvido dela com uma doçura que a fazia ter vontade de ficar ali por mais tempo.
Quando a música acabou, ele resolveu levá-la até a porta de saída, coisa de cavalheiro. Mas peraí... Cavalheiro em boate? Em 2007? Um “mano” gentil??? Pois foi isso mesmo que aconteceu. Ele a levou até a porta e ainda deu um beijo apertado de despedida. E ela derreteu-se toda por aquele achado.
E as três perdidas numa noite suja foram embora aceleradas e aquecidas e econtrando os caminhos...
3 Comments:
Ai ai..quanto suspiros...isso me lembra Chico..aquele sabe?...o Buarque ;)
"...O terceiro me chegou
Como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada
Também nada perguntou
Mal sei como ele se chama
Mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração..."
Só pode ser mágico mesmo...afinal, se encontrar alguém novamente em Sampa é difícil, imagina encontrar esse mesmo alguém, em Gramado???
Aproveita querida, você merece tudo que há de doce nessa vida!
"Podi crê, mina, pela ordi."
Mas que banda era essa? Alternativa, pernanbucana, meio mana...Hm, Nação Zumbi?
bjs
R.
Eu quero! Eu quero! Eu quero!
Fê
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