sexta-feira, maio 25, 2007

Destino...

“Hoje você me veio do nada na cabeça uma duas vezes! Será que estávamos juntos mesmo? Eu acredito. Reza a lenda, que quando sonhamos nosso laço do espírito com o corpo fica mais sutil. Isto permite que possamos nos encontrar naquele plano com quem precisamos ou desejamos estar. Bom, reza a mesma lenda que nem sempre é permitido ou possível lembrar, porque alguns guardam impressões além das que o estado do nosso corpo nos permite sentir. Pois é, acho que você tem sido mais boa menina do que eu bom menino. Pena, não lembrei de nada hoje cedo...Com que cara que a gente tava, as de antes ou as de agora? Ou cada um com uma?! Era dia ou noite? Espero que você tenha mais sonhos destes, assim eu recebo mais notícias tuas.Tô com muita vontade de te ver, vem logo pra cá! Tô sempre te esperando.
Beijos com muitas saudades.
PS: Vamos sonhar de novo, quem sabe da próxima eu lembro...”


Sabe a sensação que tive ao ler este e-mail? Que tudo faz sentido! (Mari e Jú... lembrei total de vocês!!!)

É como se eu entendesse como o meu destino corre. O porquê de não estar mais com o J. O porquê do N. gostar mais das japas girls. O porquê do M. ter nascido bem antes de mim. Todos os porquês do mundo foram respondidos ao mesmo tempo, em uníssono, quando li este e-mail logo cedo.

E, de repente, me deu uma vontade de falar uma coleção de palavrões e jogar tudo pro alto e dizer:

- Tô indo, meu querido!

Aí eu lembrei de quando fiz dezoito anos. A Marlene, a moça que trabalhava lá em casa na época, e que tinha a mesma idade que eu, fez um bolo de coração pra mim, todo lindo. Chovia muito naquela cidade mineira. E eu não fiz festa, não fiz nada. Era o ano que estava no cursinho, um dos piores da minha vida, pois o meu pai e a sociedade do vestibular mandaram eu abandonar tudo que me dava prazer para estudar, estudar e estudar mais ainda. A ordem era clara: passar ou passar.

Mas aí, sem avisar, apareceram dois amigos meus extremamente queridos. Eles estudaram comigo um tempão na escola e foram eles dois os responsáveis pelas risadas mais marcantes da minha história. Nós éramos um trio alegria, que dava certo mesmo, que bagunçava e se divertia. Quanta saudade! E o curioso é que eu só tenho lembranças boas. Acho que a gente nunca brigou na vida.

Aquele aniversário foi tudo di bão. Uma das últimas vezes que nos reunimos. Depois, cada um foi para uma cidade diferente e acabamos nos perdendo.

Aí, ontem, eu sonhei com um desses ditos e escrevi para ele, fazendo uma declaração de saudades. E o dito me responde desta maneira... E a gente nunca teve nada não. Trata-se de uma amizade pura e verdadeira. Mais verdadeira impossível. Coisa linda demais!

E todas aquelas sensações de não-pertencimento e não-contentamento fazem sentido agora. Outras paragens me esperam. Já estou fazendo as malas. Minas, lá vou eu!!!

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Como sempre diz meu amigo Safran Foer em cima da mesa: "Tudo se ilumina"

:)

2:19 PM  
Blogger Carolina said...

Acho que nos encontramos nos sonhos sim, como diz seu amigo. Meu amigo Rubens escreveu um texto sobre isso, partindo de um sonho meu:
"Às vezes acho que sonhamos entrelaçados. Cheiro forte, seu preferido, nossa faculdade, suas flores, as amarelas que sempre cobrem tudo por lá, sempre sempre, por tudo, agora esparramadas: mesas, cadeiras, carros, amarelos, amarelo amaciando o chão: Pessoas passando como borrões, como se eu e você, por algum momento de entrega, decidíssemos tirar os óculos e confiar e ter apenas um ao outro, único foco você, único foco eu, quadro impressionista, quadro de Van Gogh, amor além da vida, destacados do amarelo no amarelo, borrões que passam passando, eu te olhava, você me olhava (Sabia que cada um de seus olhos oferece um olhar diferente para mim? Da última vez o direito me pedia ajuda enquanto o esquerdo me olhava meio desconfiado com um sorrisinho, mas era um sorriso bom, mas mesmo assim eu só conseguia olhar pro direito e agora nem sei se a palavra correta seria oferecer ou apresentar, se seria ter). E ríamos e chorávamos falávamos de mim e de você em demasia, em silêncio, como às vezes fazemos quando eu ou você estamos frágeis demais para falar e você sabe que nos entendemos e nos vemos fácil e nos sabemos sempre e de repente o tempo tinha passado e estávamos velhos, mais ainda do que previa o nosso combinado de nos casarmos para envelhecer juntos e nos cuidarmos e não havíamos feito nada disso, nem tínhamos adotado filhos, tínhamos nos perdido no caminho e os borrões eram outras pessoas que tínhamos, tínhamos outras pessoas, pessoas-borrões, sabidos de nossa perdição e íamos embora com eles, mesmo querendo ficar, nos deixávamos levar, não tínhamos coragem de ficar juntos. Eu sonhei, você sonhou, nos afogamos sem conseguir morrer, somente com a água até o nariz.
Entrelaçados, você acordou estranha."

4:26 PM  
Blogger Mariana said...

Nossa, que email lindo. Onde ele mora? No Paraíso?

bjs

6:45 PM  

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