quarta-feira, outubro 10, 2007

Observações Urbanas

E a gente segue vivendo, meio trôpegos, cansados, mas seguimos.

Estava eu no busãozinho hoje pela manhã, ainda meio bêbada de sono, ouvindo os sempre bem-humorados Heródoto e Kátia Tofoleto trocando uma idéia sobre o trânsito paulistano, ao mesmo tempo que constatava a característica “folga” dos motoristas do Morumbi, afoitos para ultrapassarem um cruzamento nas imediações do estádio. Estava tudo parado. Pois aqui, na cidade de Dona Sampa, um pequeno acidente na marginal pode causar grandes congestionamentos por vias mesmo um pouco distantes. Tudo muito louco – aquele famoso efeito dominó. Aliás, quem viu o filme paulistano “não por acaso” sabe do que estou falando.
Mas enfim... Estava eu divagando sobre aquela expressão que aprendi lendo estudos sobre as escolas de Reggio Emilia (um modelo educacional italiano admirado em todo mundo): o espaço que fala. As próprias configurações das avenidas do bairro do Morumba são favoráveis ao pessoal dar sempre um jeitinho de passar na frente, cortar, se enfiar na contramão, um jeito todo próprio de ser “egoísta” ou mesmo um "folgadão". É mais ou menos assim: “fodam-se os pedestres, os busãozinhos e os carros velhos”. Na Giovanni, o trânsito não é organizado. Os motoristas não fazem retorno. Na verdade, há um só retorno na avenida inteira. O espaço grita, não fala. Ele xinga, buzina, cospe, joga lixo pela janela, fala alto - assim como o patrão fala com a empregada.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Mô corinthina querida salve, salve...adoro seus textos..adoro quando fala das suas inquietações...mas estou adorando ler suas linhas sobre Sampa..aliás, textos dignos de uma contribuição para o "Pastel com Chimas"(demorô, diria a Jubs).
Sobre "os espaços que falam" e, voltando aos nossos papos sobre educação..."juventudes e cidades educadoras-paulo cesar carrano" acho que vai curtir
BEIJÃO

7:57 PM  

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