Colo de Mãe
Hoje, no busãozinho Jaqueline, havia uma mãe sentadinha nas poltronas da frente com um bebê recém-nascido. Ela o segurava com todo aquele zelo que só a MÃE mesmo sabe carregar, junto ao aconchego do colo, embrulhado por uma manta verde meio surrada. A mãe, espremida entre pernas e o suor da manhã, talvez não visse a hora de colocar sua criança a salvo no berço de casa ou curtir aquela hora tão cúmplice de dar de mamá ao seu bebê com fome. Mas ela estava ali, à mercê dos solavancos do percurso, protegendo-o com seu amor e com seus braços.
Logo pensei na minha mãe, que diz que não saía em público com seus filhos antes que completassem seis meses. Sorte dela que tinha condições pra isso e não dependia de busãozinhos lotados para se locomover na cidade de Dona Sampa.
Mas a minha mãe, embora nunca tenha tido que tomar um busão para levar-nos onde quer que fosse, foi sempre uma guerreira. E é ainda! Ontem, quando a encontrei passando a minha roupa de cama lavada no meu quarto, tive vontade de chorar. Ela joga a corda várias vezes para eu subir. E isso me emociona toda vez. A minha mãe me embala, me sacode, me aperta contra o peito. Pois filhos não têm idade para serem acolhidos. Filhos são sempre filhotes sob os olhos das mães: frágeis, indefesos e carentes de colo e canções de ninar.
1 Comments:
E as mulheres, uma vez mães seguem por toda a vida querendo dar colo e segurar seus filhos nos braços!
Lindo texto Mô...lindo mesmo!
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