terça-feira, novembro 06, 2007

Um céu de estrelas na selva escura

"Para matar a palavra errada, só mesmo um abraço onde a gente não diz nada".

Filme que mexeu muito comigo, Via Láctea, de Lina Chamie, é recheado de poesia, música clássica e São Paulo.

Chuva Interior

Quando saia de casa
percebeu que a chuva
soletrava
uma palavra sem nexo
na pedra da calçada.
Não percebeu
que a chuva que chovia
não choviana rua por onde
andava.
Era a chuva
que trazia
de dentro de sua casa;
era a chuva
que molhava
o seu silêncio
molhado
na pedra que carregava.
Um silêncio
feito mina,
explosivo sem palavra,
quase um fio de conversa
no seu nexo de rotina
em cada esquina
que dobrava.
Fora de casa,
seco na calçada,
percebeu que
auge de sua raiva
que a chuva não mais chovia
nas águas que imaginava.

Mario Chamie

1 Comments:

Blogger Juliana said...

Dançando na chuva
E cantando essa loa
Na Cidade Alta
Da velha Lisboa
Lembrei o poeta
Fernando Pessoa
E a chuva chovia
Mas eu estava à toa
E a chuva chovia
Mas eu estava à toa
Que a chuva chovesse
Ou virasse garoa
Dançando na chuva
E cantando essa loa:

Chove chove chuva fria
Chove na Cidade Alta
Chove sobre a mouraria
Chove na Cidade Baixa

Ao pé de uma praça
Chamada alegria
Havia uma rua
Que responderia
O porquê dessa chuva
Sem filosofia,
A grande verdade
É que a chuva chovia
A grande verdade
É que a chuva nascia
Na rua Mãe d’Água

Seu post me fez lembrar dessa música bonita do Alceu Valença.

Bjos!

11:40 PM  

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