Violeiro também sente saudade
Saudade é um parafuso
Que, na roça, quando cai
Só entra se for torcendo,
Porque batendo não vai;
E se enferrujar por dentro,
Pode quebrar! Mas não sai!
Saudade é a borboleta
Que não conhece a idade;
Voando; vai lá, vem cá,
Misteriosa, à vontade,
Soltando pelo das asas,
Cegando a humanidade!
Saudade é como cobreiro
Desses que dão na cintura!
Saudade é como lanceta,
No peito da criatura;
Tocou nogume, se corta;
Tocou na ponta, se fura!
Saudade é como o enxerco
Desses de pé de aroeira;
Não se planta, nasce e cresce
Entranhando na madeira!
É rosa, mas, ninguém sabe
Quem seja a mãe da roseira!
Quem quiser plantar saudade,
Primeiro escalde a semente;
Depois plante, em lugar seco,
Onde bata o sol quente,
Pois, se plantar no molhado,
Quando nascer, mata a gente!
Antônio Pereira – violeiro
(Do livro: Violas e Repentes)
Que, na roça, quando cai
Só entra se for torcendo,
Porque batendo não vai;
E se enferrujar por dentro,
Pode quebrar! Mas não sai!
Saudade é a borboleta
Que não conhece a idade;
Voando; vai lá, vem cá,
Misteriosa, à vontade,
Soltando pelo das asas,
Cegando a humanidade!
Saudade é como cobreiro
Desses que dão na cintura!
Saudade é como lanceta,
No peito da criatura;
Tocou nogume, se corta;
Tocou na ponta, se fura!
Saudade é como o enxerco
Desses de pé de aroeira;
Não se planta, nasce e cresce
Entranhando na madeira!
É rosa, mas, ninguém sabe
Quem seja a mãe da roseira!
Quem quiser plantar saudade,
Primeiro escalde a semente;
Depois plante, em lugar seco,
Onde bata o sol quente,
Pois, se plantar no molhado,
Quando nascer, mata a gente!
Antônio Pereira – violeiro
(Do livro: Violas e Repentes)
1 Comments:
Que coisa bonita! De volta?! Saudades por aqui.
Beijo
Postar um comentário
<< Home