quinta-feira, agosto 24, 2006

Flerte

O flerte me deixa ruborizada, como se ainda fosse uma adolescente de 15 anos. Já não era pra tanto. Com 10 anos a mais, era natural que tivesse me tornado uma “gata” escaldada. Gata?! Hum... Ainda desvio com vergonha daqueles olhos fixos sobre mim. Ainda uso moleton amarrado na cintura quando estou de calça de ginástica. Ainda fico na minha só imaginando situações prováveis e possíveis. Aindo sonho, ainda canto, ainda torço, ainda provoco sutilmente com as madeixas, com o sorriso, tudo na base da simpatia. Sim, ela é a minha melhor amiga na hora do flerte... a tal da simpatia.

Tem um mocinho que ando flertando... Ontem não o encontrei entre aqueles pesos e ferros. Desconcentrei-me na aula procurando-o. Imagino que tenha uns 27 ou 29 anos. Que se chame Rafael, Gabriel ou alguma coisa que termine com “el”. Sei lá. Encasquetei. Já o vi chegando uma vez todo engravatado. Gamei! Ele é fofo!

Enfim... ontem, quando achava que não haveria flerte, ele estava lá... E me olhou longamente. Mas não com aquele olhar de “qualquer-coisa”. Não! É um olhar de descobrimento. A cada dia que a gente se encontra, a gente vai se descobrindo. Mesmo só olhando... Ele se desconcentra do exercício quando me olha. E eu gosto disso. Ele não olha as outras. Ele me olha. Tanto é que foi através dos seus olhares que eu o percebi no meio de tanto outros mocinhos. O olhar dele conquistou o meu olhar.