segunda-feira, agosto 21, 2006

Maldição de Madalena

São Paulo tem dessas coisas... Prega cada peça nos seus moradores... Tão grande, mas tão pequena. Eita, mardade do destino!

No mesmo sábado, na Vila Mada...

Era a última pessoa que ela gostaria de encontrar. E assim, enquanto esperava as amigas na porta do bar, encolhida numa malha branca, pára um ônibus no cruzamento congestionado do bairro boêmio. Ela olha pro seu interior e se depara com aquele olhar perdido. E neste caminho, encontram-se. Ele não acredita (e sorri), ela sorri (e também não acredita). Forma-se um momento de brancura no tempo: sem ação, nem reação.

Quando o ônibus se prepara pra dar aquela arrancada, ele abre a janela, faz um gesto pra ela vir mais perto e diz:

- Este bar é muito ruim.

Ahã... Ela dá uma risadinha discreta, tão discreta que as bochechas nem se manifestam.

Nem um minuto depois...

Toca o celular dela... Era ele! Ela tava meio sem-graça, sem vontade de falar (afinal, ela já sabia que a amizade tava arranhada, meio quebrada, depois do silêncio gritante dele durante um mês). E ele não tinha o que dizer.

Ela ainda inventava algumas coisas pra não ficar aquele momento constrangimento. Resumo da ópera: “momento tudo bem, tudo bom... então tá bom”. Coisa chata! Madalena maldosa que armou um encontro mal-me-quer.