terça-feira, julho 18, 2006

Novelinha de verão - I Parte

Menininha branca com biquini amarelo, meio cor-de-laranja. Era assim que eu era nos meus cinco anos quando ia passar férias na praia, na casa dos meus avós. O que eu mais gostava mesmo era de andar naquela areia branquinha fininha que descansava no final da areia dura, onde o mar não alcançava e onde umas graminhas verdes grudavam nela. Mas eu procurava os montes mais altos de areia fininha e brincávamos no final da tarde, quando o trem das quatro já havia passado, quando já havia bebido aquele meu suco colorido predileto.

Um dia que o sol estava pintando o céu com seu rosa, laranja e amarelo, despedindo-se mais uma vez pra ir dormir e deixar a lua vir com aquela sua luz azul e branca, fiquei boba com tanta cor junta e os meus olhos se encheram de alegrias de emoção. Acabei ficando distante dos meus irmãos e primos que brincavam na areia. Foi aí que surgiu um menininho de short preto, com umas listrinhas brancas. Ele tinha um olho pequeno, mas era tão verdinho que não dava vontade de parar de olhar. Seus cabelos eram da mesma cor do sol e tinha uma franja que caía toda hora sobre seus olhos desenhados. Quando ele me viu, ele sorriu e seus olhos ainda ficaram menores que já eram. Eu, em brancos segundos, senti que minhas bochechas ficaram cor-de-rosa e depois bem vermelhas. Subiu um quentinho no meu peito e parecia que havia borboletas coloridas dentro de mim. E de toda desajeitada que fiquei, ele deu mais risada ainda.

De repente, meu peito se estufou de tanta coragem e perguntei o nome dele. Faz muito tempo, eu não lembro mais o nome dele... até porque quando ele falava eu ficava viajando naquele verde de mar que ele tinha dentro dos olhos... Ele também perguntou o meu e aí ficamos amigos naquele verão. Todos os dias íamos pro monte de areia e conversávamos sobre um monte de coisas mor legais... As cores, o mar cheio e o mar vazio... os bichos do mar... sobre o trem que passava toda tarde no mesmo horário... sobre meu medo de marimbondo...

Quando as férias acabavam, passava onze meses sem o meu amigo do mar. Ficava triste por uns dias, mas logo caía no esquecimento...

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

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4:56 AM  

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