terça-feira, setembro 04, 2007

Agrotóxico

Hoje, pela manhã, escutei o comentário do Jabor na CBN e ele falou sobre um poeta chamado "Chacal". Adorei o que eu ouvi e resolvi que quando tiver um din din sobrandinho, vou comprar o livro-coletânea dele, intitulado Belvedere, da editora Cosac.

Lembrei que já havia ouvido falar dele e resgatei um trechinho de uma crônica que fez-me matutar bastante...

Mudar profundamente requer tempo e proteção
Penduradas na varanda de casa, um grupinho de lagartas estão no casulo. Paradas, transformam-se protegidas. Têm sua sabedoria. De suas crisálidas vão sair borboletas. De olho nelas, mergulho em mim e escuto as palavras do Chacal - poeta para ser ouvido. Sua voz, conheci pela primeira vez durante a Festa Literária de Parati, que aconteceu em julho.
Chacal fez uma leitura sobre a mudança da repressão. "Durante a ditadura, a repressão vinha de fora, agia como um espantalho". Vinha de camburão, dos porões, encarnada na polícia, na censura e no exército. "Hoje a repressão age como o agrotóxico", diz ele. A gente engole, o veneno vem de dentro. Incorporamos padrões estabelecidos de tal forma que não conseguimos imaginar escolhas diferentes desses modelos. E o pior, nem percebemos isso.

* trecho do texto de Sandra Chemim, Revista Vida Simples, setembro/2007.
Sinceramente, acho que estou vomitando todo o agrotóxico que engoli. Tá doendo aqui dentro toda esta transformação. Mas estou me sentindo mais aliviada.

1 Comments:

Blogger Carolina said...

Mô, esse poeta está na minha listinha de coisas para ler! Putz, estamos a muito sem conversar, heim?!
Beijo grande

8:58 PM  

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