Lampião e Lancelote
Fiquei impressionada com o belo livro de Fernando Vilela, da Cosac Naif, ganhador do prêmio Jabuti 2007, que conta a história de uma batalha travada entre Lancelote e Lampião, que após muitas pelejas, tudo acaba em dança, numa mistura de ritmos célticos e nordestinos. Já imaginou a cena? Lampião de armadura prata e Lancelote com pexera e chapéu de coro?
Quão loucas são essas inversões de papéis!!! E nesta brincadeira de imaginar, eu e mim mesma ficamos imaginando, no meu melhor estilo “Morgana” de ser, me apaixonando não por Lancelote, bravo guerreiro da Távola Redonda, mas por Lampião, aquele cabra da peste, da terra do maxixe e do xaxado.
Na verdade, acho mesmo que somos pessoas surpreendentes. Mudamos de idéia, de cor preferida, de caminho, ao longo do tempo. Eu, por exemplo, sinto que mudei em muitas coisas nestes últimos anos. E perceber isso dentro de mim, mesmo que inconscientemente, dói. Perdi a crença em pessoas, em idéias e em sentimentos. Mas, em contrapartida, ganhei chão, raça, criei casca e raiz. Os sonhos não são só recheados de açúcar, mas há pitadas de sal, pimenta, alho, até de hortelã. Mistureba bem brasileira!
Prefiro os guerreiros aos príncipes - aqueles brutos com barba e companheiros de idéias simples, mas encantadas. Prefiro Minas ao resto do mundo, com suas montanhas, casinhas e histórias de amor. Prefiro arroz-com-feijão, café-com-leite e brigadeiro. Prefiro bons amigos perto de mim do que um montão deles espalhados por scraps. Prefiro, sim, o balcão da padaria, o banco da praça, as peculiaridades do caminho às vitrines de shopping center ou ao mundo fabuloso das aparências.
Prefiro ser Morgana à Maria Bonita, por mais que ela seja linda e a companheira ideal para o Lampião, amado meu. Por mais que saiba que a felicidade pudesse chegar mais cedo se eu tivesse a cara do meio em que vivo, tomasse o tal do chá de “normose” e virasse mais uma mulher-igual-a-todas-elas. Se eu conseguisse trair tudo isso que vive em mim, talvez pudesse ser outra Mônica, iluminada por holofotes e aclamada por muitas pessoas ao meu redor.
Mas a realidade é que o meu recheio é para poucos. O paladar tem dessas diferenciações secretas e mágicas. O tempo passa e como um vinho que apura o gosto, Moniquinha também mudou de sabor. E por mais que isso cause dor, enjôo e mal-estar, tudo isso vai passar. E o tempo vai trazer um apreciador de coisa fina, de temperos diferentes, para me fazer crer que a vida pode ser, sim, muito maior e mais gostosa do que ela é hoje.
Quão loucas são essas inversões de papéis!!! E nesta brincadeira de imaginar, eu e mim mesma ficamos imaginando, no meu melhor estilo “Morgana” de ser, me apaixonando não por Lancelote, bravo guerreiro da Távola Redonda, mas por Lampião, aquele cabra da peste, da terra do maxixe e do xaxado.
Na verdade, acho mesmo que somos pessoas surpreendentes. Mudamos de idéia, de cor preferida, de caminho, ao longo do tempo. Eu, por exemplo, sinto que mudei em muitas coisas nestes últimos anos. E perceber isso dentro de mim, mesmo que inconscientemente, dói. Perdi a crença em pessoas, em idéias e em sentimentos. Mas, em contrapartida, ganhei chão, raça, criei casca e raiz. Os sonhos não são só recheados de açúcar, mas há pitadas de sal, pimenta, alho, até de hortelã. Mistureba bem brasileira!
Prefiro os guerreiros aos príncipes - aqueles brutos com barba e companheiros de idéias simples, mas encantadas. Prefiro Minas ao resto do mundo, com suas montanhas, casinhas e histórias de amor. Prefiro arroz-com-feijão, café-com-leite e brigadeiro. Prefiro bons amigos perto de mim do que um montão deles espalhados por scraps. Prefiro, sim, o balcão da padaria, o banco da praça, as peculiaridades do caminho às vitrines de shopping center ou ao mundo fabuloso das aparências.
Prefiro ser Morgana à Maria Bonita, por mais que ela seja linda e a companheira ideal para o Lampião, amado meu. Por mais que saiba que a felicidade pudesse chegar mais cedo se eu tivesse a cara do meio em que vivo, tomasse o tal do chá de “normose” e virasse mais uma mulher-igual-a-todas-elas. Se eu conseguisse trair tudo isso que vive em mim, talvez pudesse ser outra Mônica, iluminada por holofotes e aclamada por muitas pessoas ao meu redor.
Mas a realidade é que o meu recheio é para poucos. O paladar tem dessas diferenciações secretas e mágicas. O tempo passa e como um vinho que apura o gosto, Moniquinha também mudou de sabor. E por mais que isso cause dor, enjôo e mal-estar, tudo isso vai passar. E o tempo vai trazer um apreciador de coisa fina, de temperos diferentes, para me fazer crer que a vida pode ser, sim, muito maior e mais gostosa do que ela é hoje.
1 Comments:
Mô! Não tenho comentado muito, mas passo aqui sempre que posso. Saudades... e seus posts tão cada dia melhores! Bons penseiros pro nosso dia-a-dia.
Bjos, logo tô de voltaaaaaaaaa!
Juju
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