Meu anjo sim

Quando olho pra aquelas pequeninas aprendendo a respirar debaixo d' água, a dar seus primeiros mergulhos, suas braçadas desengonçadas, com aquelas toquinhas vermelhas e maiozinhos azuis... eu me derreto como sorverte em dia quente e fico paralisada diante da parede de vidro que separa nós, adultos babões, da piscina tomada por aprendizes nadadoras. E é justamente aos sábados, depois de uma aula torturante de ginástica - ao ver aquelas meninas cor-de-rosa - que a minha maternidade se aguça e as minhas caraminholas gritam de certeza: "Queremos ser mamães".

Diz minha tia Coló que eu quando era criança, bem pequenina, perguntavam o que seria quando crescesse e eu respondia sem pestanejar: "Vou ser mãe". Fico tentando decifrar de onde vem toda esta minha intensa vontade de me tornar uma mulher-mãe e acho que me inspirei na minha própria. A minha querida Fá, sempre foi muito mãe. Com todos os exageros e chamegos que uma mãe possa carregar. Com todo zêlo, carinho e excessos de cuidados que até estragam os filhos... A minha mãe cumpriu tão bem o seu papel que sua única filha mulher tem desde sempre este sonho de vida: o da maternidade.

Tem uma música que eu gosto muito, mas muito mesmo. Ela é do CD Canções de Ninar, da Palavra Cantada e chama-se "Meu anjo sim". Nem dá pra acreditar que quem fez música, a Sandra, não teve filhos. Não experimentou a sensação de amamentar, de acalentar com o calor do corpo, de observar as mãozinhos e os traços mais finos e detalhes de cada partezinha do filhote, fruto do amor, que veio pra vida pra continuar a nossa.

Então, meus caros leitores, deliciem-se com esta canção,com a tocante interpretação de Mônica Salmaso.

• Meu anjo sim