terça-feira, novembro 30, 2010

SAMBA

Dentro do samba, cabe eu, cabe você, cabem suspiros apaixonados meus e nossos beijos acelerados, sincopados feito as batidas do bumbo. Antes da brincadeira sempre venho mais forte, com pompa, com certeza, com malícia e antes de mim vem você, abrindo alas para eu passar inteira, fazendo sentido e existindo assim na língua, na palavra, na vida, no próprio samba que mora em mim.

Concebemos assim... palavras e achados, que passam pelo corpo repentista, que deseja, que assalta, que sussurra vontades e gingas. Corpo que samba, que toca, que fala, que exala poesia. Nesta mistura que se faz, entre emes, antes dos pês e bês, vem eu, vem você e nossas ideias avassaladoras da alma que não para e que acredita em tantas coisas ainda.
Seu sorriso levado e farto de tão bonito me demora, me devora, me desassossega de motivos. Quantas vontades, quantos abraços existem e quantos beijos possíveis. Não deixe o samba morrer porque nele mora a nossa possibilidade, a nossa fagulha, o nosso príncipio de algum canto, o sentido da gente, um dia, seguirmos juntos.